quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Um outro jornal, por favor!

     Sempre tive o hábito diário de ler jornal impresso - mas engana-se  quem pensa que abro o jornal direto na página de polícia e esportes - prefiro os editorais, economia , comentários do público e política. Um dos meus jornais preferidos é o A Tribuna do Espírito Santo. Um jornal atraente, em formato de caderno ( que facilita o virar de páginas), leitura fácil, informação rápida e objetiva; e apesar de pertencer à rede SBT, tem a minha comentarista de economia preferida - a Miriam Leitão. A coluna dela é publicada simultaneamente com vários jornais do país - entre eles o Correio* (da Bahia).
    No primeiro mês da minha chegada em Salvador foi também o mês do novo desenho gráfico do até então Correio da Bahia ( hoje apenas Correio*). Diferente do que o Correio* dizia em suas páginas e ainda diz, o novo formato não é novidade. Ele fez barulho como se fosse o único jornal daquela maneira. Mentira! O jornal ficou muito parecido com A Tribuna que já tem esse formato há anos. Parece que o cara que fez novo formato do Correio* andou por aquelas bandas do Espírito Santo.
  Eu também lia o Gazeta do Espírito Santo, mas era um jornal que tinha todas as características citadas acima, só que ao contrário.
  Hoje em dia o meu jornal impresso "titular" é o Correio*, pelo simples fato deu não ter mais acesso ao jornal de papel do Espírito Santo, e também, pelas mesmas características que tem o jornal capixaba. Mas essa minha preferência pelo jornal Correio* pode acabar já em 2013. Por quê?
  Eu aprecio muito a concorrência nos órgãos da imprensa. Mas uma coisa é a concorrência entre eles, outra coisa é a parcialidade dentro deles.O que faz uma imprensa parcial? Manipula a opinião de quem recebe a informação; não apresenta o fato como realmente é.
   A partir de 2013 Salvador terá como prefeito nada mais nada menos que um sócio da Rede Bahia - afiliada da Rede Globo. Sim, o Correio* faz parte desta Rede! Conseguirá esse jornal manter a imparcialidade durante o mandato de um dos seus donos? Mostrará à população os problemas da cidade sem retoques e sem maquiagem? Mostrará os podres da administração do gestor da cidade, (se houver)? A população de Salvador sempre julgou a emissora de TV da mesma rede, porque mostrava uma Salvador que não existe - isso na época do carlismo.
  Não precisa chegar 2013 pra saber que o Correio* será um jornal parcial, manipulador. Quem esteve mais atento percebeu que a coluna de Clécio Max durante a eleição para prefeito, sempre tendenciou os seus leitores a votarem no principal candidato da oposição (Neto). Sim, não havia um dia em que ele (Clécio), não dava um comentário desfavorável a respeito do candidato do PT, ou do próprio PT, ou a insatisfação de pessoas cujas cidades são governadas pelo PT. Comentários discretos, com rodeios, aparentemente a serviço do leitor, mas por trás tendenciosos. Não é assim que deve agir um jornal ou um colunista imparcial.

Com tudo isso não quero dizer que estou torcendo para que o futuro prefeito tenha uma péssima administração - isso seria uma burrice da minha parte! Uma ignorância sem tamanho! Afinal, quando uma cidade é bem administrada quem ganha é o cidadão, quem ganha sou eu. Salvador padece. Lixão pra todos os lados, transalvador sem verba suficiente para administrar, pelourinho pede socorro, transporte público caótico e metrô que há mais de doze anos está em construção - dentre muitas outras coisas. Não sou afiliado a nenhum partido político, e desejo sinceramente que ACM Neto faça uma boa administração e resgate a auto-estima dos soteropolitanos.

Como o meu jornal favorito já me deu uma prévia de como vai agir durante o mandato do seu dono (em parte), vou então mudar minha preferência e passar a ser leitor assíduo de um jornal que não tem rabo preso com político ou patido, porque de certa forma, cá entre nós, a maioria dos jornais é atrelado a algum órgão, né?

   Quando temos uma imprensa que cobra do poder público o que já é obrigação dele fazer, quem ganha é a população. E eu não estou a fim de abrir um jornal e vê uma cidade que não existe, maquiada. Se há problema, quero solução!



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